Incógnitas eleitorais, alianças estratégicas e o verdadeiro poder do Centrão moldam o cenário político rumo a 2026
O Brasil real
O maior erro da polarização lulistas x bolsonaristas é a ilusão de que os primeiros são “esquerda” e os últimos sejam a “direita”. Ela impede a visão do Brasil real. O lulismo é só uma corrente liberal-progressista distante do marxismo. O bolsonarismo, por sua vez, não é uma doutrina de direita. É uma junção de forças na qual os extremistas de direita fazem muito ruído, mas o comando político também é liberal. Até o partido tem esse nome.
Quando se olha além da polarização o que se vê são cerca de vinte partidos, inclusive o PL, compondo o chamado Centrão e conduzindo o país do jeito que bem entendem, chantageando o presidente da República e driblando as decisões da Justiça.
O Centrão derrubou Dilma Rousseff, manietou Michel Temer, manipulou Bolsonaro e põe Lula em eterna sinuca. As ilusões políticas mascaram esse verdadeiro poder e contaminam a economia. Nele, diversas correntes liberais convivem, até o anarquismo liberal do presidente argentino Javier Milei. Nessa sopa de interesses está a ideia de que a bioeconomia se resume à descoberta e venda imediata das riquezas da floresta amazônica.
Na verdade, só haverá de fato uma bioeconomia brasileira quando o planejamento, a ciência e a sabedoria econômica passarem a agregar valor aos bens proporcionados pela biodiversidade. Essa gigantesca tarefa requer unidade de propósitos e não meras rixas eleiçoeiras entre facções liberais.
Mesma resposta
Pergunte ao deputado federal Fernando Máximo (União Brasil-Porto Velho) se ele será candidato ao governo estadual e ele dirá que ainda está indeciso, se disputa uma cadeira ao Senado ou o CPA. Se a mesma indagação for encaminhada ao senador Confúcio Moura (MDB-Ariquemes), teremos a mesma resposta, ainda não se decidiu se será ao governo ou ao Senado. Então, que a pergunta seja dirigida ao ex-prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves e teremos o mesmo resultado. O que temos como certo atualmente é que o vice-governador Sergio Gonçalves assumindo o governo estadual, desde que não seja despejado do União Brasil, será postulante à reeleição.
Clima de incertezas
AS ÚLTIMAS DO INFORMA RONDÔNIA
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Vivemos um grande clima de incerteza com relação as eleições 2026. Temos o ex-governador Ivo Cassol (PP), que depende de ser liberado pela justiça, ainda a espera desta indefinição. O deputado federal Lucio Mosquini, de saída do MDB, também cogita disputa ao CPA Rio Madeira ou uma cadeira ao Senado pelo Republicanos, aproveitando uma filiação na janela partidária do início do próximo ano. Um dos favoritos da temporada ao CPA, o senador Marcos Rogério (PL), igualmente não se decidiu pela reeleição ou o Palácio Rio Madeira. E ainda tem o senador Jaime Bagatolli, com os olhos voltados ao CPA. É coisa de louco.
Poder feminino
Outro dia relacionei as prováveis candidatas a Câmara dos Deputados por Rondônia com boas chances, são oito cadeiras, e esqueci de relacionar a ex-deputada federal Jaqueline Cassol (PP), que aliás, fez um grande trabalho no seu mandato pela Região do Café e Zona da Mata. Ela terá uma rival poderosa no seu curral eleitoral, a primeira dama de Cacoal, Joliane Fúria, esposa do emergente prefeito da capital do café Adailton Fúria (PSD) cogitado também para a disputa do governo estadual. E pela região da Bacia Leiteira, polarizada por Ouro Preto e Jaru, a ex-deputada estadual Rosaria Helena.
A renovação
Alteração nos estatutos do PT agora permite mais de três reeleições de parlamentares, o que era proibido até o último pleito. Parte da legenda foi contra a medida aprovada pelo diretório nacional e vê nesta decisão mais dificuldades ainda para a renovação dos quadros do partido. Em Rondônia, o PT não terá dificuldades com relação a polemica questão, já que por aqui não se elege deputados federais e senadores há muito tempo. Quando o PT elegeu uma senadora e dois federais nas décadas passadas, foram novos nomes lançados, oxigenando a legenda. Atualmente o PT só tem uma liderança emergente na terrinha, a deputada estadual Claudia de Jesus.
Segundo voto
Ao Senado em Rondônia teremos duas cadeiras para serem renovadas, as de Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) e Confúcio Moura (MDB-Ariquemes), por coincidência dois prováveis candidatos ao governo estadual nas eleições de 2026. Alguns candidatos ao Senado estão refletindo a respeito do segundo voto a ser pedido em campanha. Pelo menos dois dos nomes cogitados quem “melar” o segundo voto, pedindo aos seus eleitores apenas o seu voto anulando o segundo. Temem que o segundo voto acabe favorecendo algum adversário. Isto já aconteceu em Rondônia causando reviravoltas nas urnas.
Via Direta
*** Ainda indeciso sobre seus rumos, o PSDB de Marconi Perilo está descartando a fusão com o MDB e o PSD, projetando esta aliança com o Podemos e o Solidariedade *** Toda semana os tucanos proporcionam reviravoltas. A maioria sempre fica em cima do muro. O diretório nacional vai decidir sobre fusão ou incorporação no meio do ano *** Algumas indagações nos bastidores para composições visando a peleja do governo estadual de Rondônia. *** Ocorre que os candidatos de ponteira estão se consultando entre si ou sondando as intenções dos adversários *** A coisa vai longe, porque todo mundo ainda está escondendo o jogo, catimbando tudo.

AUTOR: CARLOS SPERANÇA