Evento promovido pelo Tribunal de Justiça de Rondônia integrou a Operação Justiça Rápida Itinerante e atendeu famílias de diferentes realidades sociais
Porto Velho, RO – O Tribunal de Justiça de Rondônia realizou duas edições do Casamento Comunitário no último fim de semana, dentro da Operação Justiça Rápida Itinerante. Em Guajará-Mirim, na sexta-feira (19), 30 casais formalizaram a união. No sábado (20), em Nova Mamoré, foram 21 casais que disseram o “sim”. A ação foi conduzida pela Corregedoria-Geral da Justiça do TJRO, por meio do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), com gratuidade para os participantes.
A iniciativa busca ampliar o acesso ao casamento civil para famílias que enfrentam dificuldades financeiras, barreiras burocráticas ou distância em relação aos cartórios. Em Nova Mamoré, uma família indígena da Aldeia do Limão aproveitou a oportunidade para transformar a cerimônia em celebração coletiva. No mesmo dia, pais e três filhas oficializaram suas uniões: Maxun Ho Warain Oro Waram e Wao Urutao Oro Nao, juntos há 58 anos; Celso Oro Nao e Arlete Oro Waram, há 19 anos; Tharlly de Oliveira Ferreira e Audelina Oro Waram, há 5 anos; e Paulo Henrique Eduardo da Silva Manso e Elisângela Oro Waram, há 3 anos.
Tharlly relatou a decisão de casar naquele momento. “Até o momento eu não tinha decidido se iria casar. Mas vi que meus cunhados vieram e assinaram o documento. Então perguntei se ela queria casar mesmo, ela aceitou, e viemos dar entrada na papelada”. Elisângela também destacou o sentimento compartilhado: “Estou muito feliz e grata em poder celebrar a união junto com a minha família”.
Em Guajará-Mirim, histórias de superação também marcaram a cerimônia. Vilma Rodrigues Lira e Marcondes Loiola Lima, juntos há oito anos, lembraram do problema que encontraram ao tentar oficializar a união por meio do cartório. “Quando chegamos no cartório para oficializar a nossa união, descobrimos que tinha um erro na certidão de nascimento dele, não constava a naturalidade. Então, o que demoraria uns três meses para resolver, causando transtornos pra gente, foi evitado graças à Justiça Rápida”, contou Vilma.
AS ÚLTIMAS OPINIÕES
++++
A juíza Eloise Moreira Campos Monteiro Barreto representou o Tribunal de Justiça no evento. Para ela, o momento marcou a consolidação da escolha de casais que migraram da união estável para o casamento civil. “Estamos aqui para celebrar em um momento festivo, que talvez não fosse possível sem essa iniciativa do Poder Judiciário”, afirmou.
Outro casal que oficializou a união em Guajará-Mirim foi Alexsandro Mélo Jonhson e Suelen de Freitas Silva Souza, juntos há 21 anos. O casamento era um desejo antigo, também compartilhado pelo pai de Suelen, que faleceu antes de ver o sonho realizado. “Era o sonho dela e do pai dela. Ele pedia pra gente casar, mas infelizmente se foi antes. Hoje realizamos esse desejo”, disse Alexsandro. “A Justiça Rápida ajudou muito para realizar esse meu sonho”, completou Suelen.
Em Nova Mamoré, Adelson Rodrigues da Silva e Eliane de Souza Soares, juntos há 15 anos e pais de um adolescente de 13, também aproveitaram a oportunidade. “A gente se dá bem, a gente é feliz, então por que não oficializar? Ainda mais com uma oportunidade dessa, que não tem custo. Eu amei, tudo muito lindo”, declarou Eliane. Adelson reforçou a satisfação: “Foi muito bom! Vi que todos os casais saíram daqui felizes, dava para ver no semblante de cada um. Que o Tribunal continue fazendo muita gente feliz, como fizeram aqui. Muito obrigada”.