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COLUNA DO SPERANÇA
Rafael Fera amplia ataques em Ariquemes; Marcos Rocha mira o Senado; e a Assembleia Legislativa celebra 42 anos sob lembranças de escândalos

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Coluna destaca movimentações políticas em Rondônia, com embates em Ariquemes, ajustes no governo estadual para 2026 e reflexões sobre a trajetória da ALE-RO marcada por conquistas e crises.

Por Carlos Sperança - sexta-feira, 17/10/2025 - 20h07

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Nesta sexta-feira, 17, o jornalista Carlos Sperança aborda a ofensiva política do deputado federal Rafael Fera contra a administração de Ariquemes, as articulações do governador Marcos Rocha em preparação para uma possível disputa ao Senado em 2026, e os 42 anos de instalação da Assembleia Legislativa de Rondônia — instituição que, apesar de ter projetado grandes lideranças, ainda convive com as sombras de antigos escândalos de corrupção.

A combinação do cofre

Um mendigo se depara com um cofre cheio de riquezas, mas não sabe abrir. No caso das terras raras, o mendigo é o Brasil. Tem sob os pés as riquezas mais cobiçadas do mundo – o presidente estadunidense Donald Trump até faz chantagens para conquistá-las – e não consegue explorá-las para obter o maior rendimento. 

A melhor forma de abrir o cofre é estabelecer parcerias com quem tem a combinação certa para abri-lo, ou seja, as tecnologias para trabalhar os minérios e oferecê-los processados ao mercado. Besteiras “ideológicas” à parte, este será o principal ponto do encontro (pela Net ou presencial, não importa) entre os presidentes do Brasil e dos EUA. O grande irmão do Norte quer ampliar sua disponibilidade de terras raras, essenciais ao desenvolvimento dos projetos mais avançados da economia moderna – ímãs para turbinas eólicas, motores elétricos de carros, produtos eletrônicos (celulares, TVs, computadores), equipamentos médicos (ressonância magnética) e indústria de defesa (radares, aeronaves). Quase tudo que importa, em resumo.

Vale dizer que o Brasil foi pioneiro na exploração das terras raras, mas sempre se viu boicotado de fora e sofrendo com limitações internas. Com parcerias com a China, que melhor sabe explorar as terras raras, e com os EUA, que têm interesse em manter a amizade com o Brasil, ao contrário do que apregoam os traidores antipatriotas, todos têm a ganhar.

42 anos da ALE

 A Assembleia Legislativa está comemorando 42 anos de instalação, com sua imagem prejudicada com a prisão de vários ex-presidentes por corrupção e lavagem de dinheiro nas últimas décadas. Mas a casa de leis na sua primeira legislatura brilhou na elaboração da Constituinte num quadro de parlamentares atuantes –sejam governistas ou oposicionistas – sob a presidência do deputado estadual mais votado na época, José de Abreu Bianco (Ji-Paraná) e com relatores do porte dos eficientes Amizael Silva (PDS) e Amir Lando (MDB). Rondônia fervilhava de migrantes na época, na capital com seus garimpos no Rio Madeira, no interior com farta distribuição de módulos rurais pelo Incra.

Grandes lideranças

Por vários motivos classifico a primeira legislatura como a melhor de todas na história do Poder Legislativo. Começo pela elaboração da Carta Magna rondoniense e a projeção de governadores, de senadores e de um ministro. Das casas de leis, emergiram os governadores Oswaldo Piana Filho e José de Abreu Bianco. Dali também despontaram lideranças ao Senado, casos de Bianco, Ronaldo Aragão, Ernandes Amorim e Amir Lando e tantos prefeitos. E um ministro, como sabemos, Amir Lando, o único ministro rondoniense até hoje, indicado para a Previdência Social. Até hoje nenhuma legislatura alcançou tais resultados.

Grandes tribunos

Também é possível destacar que dos grandes tribunos da casa de leis, alguns são da primeira legislatura. Na oposição, o combativo Tomás Correia e o loquaz Amir Lando. Pela situação, com certeza o deputado Jacob Atalhah. Uma legislatura também com deputados formiguinhas em favor dos seus municípios, como José do Prado (Ariquemes), Zuca Marcolino (Cacoal), Silvernani Santos (Jaru), João Dias (Ji-Paraná) Jô Sato (Colorado do Oeste) que foi a primeira vítima ilustre dos acidentes da BR-364. Num ambiente onde o grande astro da imprensa de Rondônia era o radialista Valdemar Camata, da Rádio Alvorada. Suas denúncias ecoavam imediatamente na tribuna da casa de leis.

Muitos prefeitos

Além de governadores e senadores, a Assembleia Legislativa da época projetou muitos prefeitos. Vajam os casos de Tomás Correia, vice de Jeronimo Santana na capital que assumiu o cargo. Ernandes Amorim em Ariquemes, entre outros destaques da época. Mas na primeira legislatura se descobriu também algumas ovelhas negras, uma delas, um deputado, com passado enfatizado em manchetes em jornais do Paraná, acusado de roubo de gado. Foto de capa do Diario do Norte do Paraná. Mas foi a legislatura mais enxuta até hoje e pela lisura de presidentes como Piana e Bianco, que foram posteriormente eleitos govenadores, Amizael Silva presidente da Assembleia Legislativa e Amir Lando, senador e ministro.

Cenário rondoniense

Em 1982, quando foram efetivadas as primeiras eleições gerais, Rondônia respirava otimismo. Enquanto o Brasil passava por uma fase difícil, o presidente João Figueiredo e o ministro do Interior Mário David Andreazza despejaram rios de dinheiro no estado que acabava de nascer visando dotar Rondônia de infraestrutura. Foi escalado para a missão de tornar Rondônia um estado estruturado, o prefeito de Manaus, coronel Jorge Teixeira de Oliveira. Rondônia foi criado para dar ao governo militar a eleição dos três senadores e maioria dos deputados federais, numa época que o MDB crescia e ameaçava tomar conta da Câmara Federal e do Senado. Em Rondônia a coisa deu certo para os militares. A Arena fez barba, cabelo e bigode por aqui.

Aritremes e Espingardão

No cenário rondoniense da época pululavam foragidos de outros estados. Lembro de um tal de Pezão, condenado a 400 anos, preso naquela Operação Jagunço, comandada pelo bravo delegado João Lucena Leal. Ariquemes se revoltava contra a alcunha de capital mundial da malária, taxada por rondoniense por “Aritremes”, porque os pacientes daquela enfermidade se tremiam todos. Espigão do Oeste era conhecida, para o desconforto dos seus cidadãos, como “Espingardão do Oeste”, tais embates que ocorriam na região por disputas de terras, por rivalidades tribais. Ruim mesmo era ser de Jaru. Diziam por aí: “Tu é louco, ou és de Jaru”, arruinando a reputação do progressista município. 

Década da vergonha

Mas Rondônia nunca esteve tão suja, a ponto de um parlamenta chegar a sugerir a troca do nome do estado de Rondônia para Guaporé (como tinha sido nos idos do território), nas décadas passadas. Primeiramente pelo envolvimento de parlamentares em chantagens e recebimento de propinas, caso que alcançou repercussão nacional. Também pela chamada bancada federal do pó, com deputados envolvidos em tráfico de cocaína. Testemunhei no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, dois deputados federais rondonienses, em conexão para Brasília, renegando Rondônia, envergonhados. Diziam que eram do Amazonas e do Pará. Tempos difíceis. 

Via Direta

***Ao seguir desferindo ataques contra a atual administração de Ariquemes, o deputado federal Rafael Fera, que assumiu recentemente o cargo em substituição ao deputado Lebrão, indica que já começou sua campanha para a sucessão da prefeita Carla Redano ***  O transloucado parlamentar  lidera a oposição no município e está de olho no Paço Municipal *** Enquanto em Rondônia temos o início do inverno amazônico, nossa estação de chuvas, no Sul do Amazonas segue a estiagem no Rio Madeira causando prejuízos a navegação na hidrovia *** O govenador Marcos Rocha está ajustando seu governo para a campanha 2026 de olho numa disputa ao Senado..

AUTOR: CARLOS SPERANÇA





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