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MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Rondônia recebe primeiro Centro de Clima e Saúde do Brasil com foco na Amazônia

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Unidade vinculada à Fiocruz vai apoiar o SUS, formar profissionais e produzir dados sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde

Por Informa Rondônia - quarta-feira, 17/12/2025 - 09h10

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Porto Velho, RO – A criação do primeiro Centro de Clima e Saúde do Brasil amplia a capacidade do Sistema Único de Saúde de lidar com os efeitos das mudanças climáticas na Amazônia. A nova estrutura, instalada em Porto Velho, em Rondônia, passa a integrar estratégias nacionais voltadas à adaptação do setor de saúde a eventos extremos, como secas, enchentes e queimadas, com atuação direcionada à realidade amazônica.

A unidade foi inaugurada nesta terça-feira (16) na nova sede da Fundação Oswaldo Cruz em Rondônia, durante cerimônia conduzida pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O centro está inserido no AdaptaSUS, Plano Nacional de Adaptação do Setor de Saúde às Mudanças Climáticas, que reúne 27 metas e 93 ações previstas até 2035. O investimento total estimado é de aproximadamente R$ 60 milhões, com recursos do Ministério da Saúde e da Fiocruz.

Segundo o ministro, o acompanhamento sistemático dos impactos climáticos sobre a saúde permitirá que secretarias estaduais e municipais planejem respostas mais eficientes para reduzir danos à população. Padilha afirmou que as mudanças climáticas já demonstram efeitos diretos sobre indicadores de saúde, especialmente em regiões mais vulneráveis, e destacou que o novo centro contribuirá para organizar dados e orientar políticas públicas.

Entre as atribuições do Centro de Clima e Saúde estão a produção de conhecimento científico e tecnológico, a formação de profissionais especializados, o fortalecimento da resposta do SUS frente aos impactos climáticos e o apoio à formulação e avaliação de políticas públicas voltadas à Amazônia. A expectativa é que a unidade se consolide como referência para países da América Latina e do Caribe, especialmente no âmbito da Organização Pan-Americana da Saúde e da Organização Mundial da Saúde, além de fóruns internacionais sobre adaptação climática.

Durante o evento, Padilha ressaltou que a Amazônia ocupa posição central no AdaptaSUS, que atua de forma articulada com a estratégia Mais Saúde Amazônia Brasil. De acordo com o ministro, mais de R$ 4,5 bilhões em obras estão em andamento na região, incluindo investimentos na construção de novas unidades de saúde, hospitais, unidades básicas fluviais e na adaptação de estruturas existentes, com ações de conectividade e implantação de kits de telessaúde.

Com a implantação do centro em Rondônia, o Brasil passa a integrar o grupo de países que contam com estruturas específicas voltadas à integração entre clima e saúde pública, como Reino Unido e Estados Unidos. O diferencial brasileiro, conforme destacado pelo Ministério da Saúde, é o foco direto na Amazônia, considerada estratégica tanto do ponto de vista ambiental quanto sanitário, alinhando o AdaptaSUS ao Plano Mais Saúde Amazônia Brasil.

Além do centro, o Ministério da Saúde anunciou, no fim de novembro, um investimento adicional de R$ 9,8 bilhões destinado a ações de adaptação do SUS às mudanças climáticas. O AdaptaSUS contempla medidas de curto, médio e longo prazo, incluindo o fortalecimento de sistemas de alerta, ampliação da vigilância em saúde, capacitação de equipes, execução de obras em áreas vulneráveis, investimentos em pesquisa e desenvolvimento de plataformas integradas de dados, com o objetivo de assegurar a continuidade da assistência em situações críticas.

Na agenda em Porto Velho, Alexandre Padilha também participou de solenidade relacionada à abertura do primeiro hospital universitário de Rondônia. Em agosto, a Universidade Federal de Rondônia, a Prefeitura de Porto Velho e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares firmaram acordo de cooperação técnica. Nesta terça-feira, foi assinado o contrato de aquisição do prédio que, após reforma e ampliação, será doado à universidade para funcionamento pleno como hospital universitário.

O ministro anunciou ainda investimentos de R$ 157,5 milhões do Novo PAC Seleções para o município de Ji-Paraná, destinados à construção de uma maternidade, duas Unidades Básicas de Saúde e uma Unidade Odontológica Móvel. A maternidade integra o programa Agora Tem Especialistas e tem previsão de atender mais de 10,5 mil gestantes por ano, incluindo cerca de 1,5 mil casos de alto risco, com o objetivo de reduzir deslocamentos para a capital e ampliar o acesso a atendimento especializado no interior do estado.

Em Ji-Paraná, Padilha inaugurou a carreta de saúde da mulher do programa Agora Tem Especialistas. Segundo o ministro, duas carretas do programa estão em operação em Rondônia, sendo uma delas dedicada à saúde da mulher, com oferta de mamografias, exames de ultrassom, exames para detecção do câncer de colo do útero, atendimentos especializados e biópsias em casos de risco. Com as novas entregas, o país passa a contar com 41 carretas em funcionamento em 24 estados e no Distrito Federal.

AUTOR: INFORMA RONDÔNIA





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