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ESPAÇO ABERTO
O Silêncio das Praias: Amazônia sem ninho, Amazônia sem futuro

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Clima desregulado, atraso na formação das praias e ação de caçadores colocam em risco a reprodução das tartarugas-da-Amazônia e ameaçam o equilíbrio de todo o bioma.

Por Cícero Moura - sexta-feira, 26/09/2025 - 15h57

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Nesta sexta-feira, 26, o jornalista Cícero Moura, titular da coluna Espaço Aberto, aborda os impactos do atraso da desova das tartarugas-da-Amazônia, os sinais de desequilíbrio no ciclo de aves, a falta de fiscalização dos órgãos ambientais e a pressão do contrabando na região do Guaporé, destacando ainda a atuação do Exército e o alerta de ambientalistas sobre uma possível tragédia silenciosa no ecossistema amazônico.

DESOVA ATRASADA

As tartarugas-da-Amazônia, que por séculos repetiram o mesmo ciclo de vida, estão agora diante de um obstáculo que pode custar sua sobrevivência.

CLIMA

O clima desregulado atrasou a formação das praias e a areia firme simplesmente não apareceu no tempo certo.

AREIA

Sem chão para cavar, não há lugar para desovar.

RISCO REAL

O resultado é alarmante: ninhos vazios, fêmeas desorientadas e um risco concreto de uma geração perdida.

RESISTÊNCIA

Apenas alguns tracajás, com enorme esforço, conseguiram depositar seus ovos em condições precárias.

INSUFICIENTE

Mas isso não é suficiente para sustentar a continuidade da espécie.

DESEQUILÍBRIO

Até as garças, que costumam colocar ovos em maio, só agora conseguiram iniciar seus ninhos.

DESEQUILÍBRIO 2

É como se todo o relógio biológico do bioma tivesse sido virado de cabeça para baixo.

DUVIDA

A natureza tenta se adaptar, mas a incerteza é a nova regra.

ALERTA

Se o fenômeno se repetir nos próximos anos, a Amazônia poderá enfrentar uma tragédia ambiental silenciosa.

ALERTA 2

A quebra de cadeias inteiras de reprodução, afetando não só as tartarugas e aves, mas todo o ecossistema que delas depende.

PONTO DE RUPTURA

Não se trata mais de previsão distante. É o presente que já mostra sinais de colapso.

FATO

O atraso das praias e a mudança nos ciclos naturais evidenciam um bioma em sofrimento, exposto a um futuro incerto.

URGÊNCIA

A Amazônia não pode esperar. É hora de ciência, ação e políticas sérias de preservação.

CONSTATAÇÃO

Cada ovo que deixa de eclodir hoje pode significar uma ausência irreversível amanhã.

INVASÃO

O ambientalista Zeca Lula, da Associação Eco Vale, diz que boa parte do problema foi causada por caçadores que exploram a região.

ACAMPAMENTO

Em busca da carne e do casco das tartarugas, os caçadores montam acampamentos nas proximidades das praias para surpreender os animais.

DISFARCE

Para escapar da ação das autoridades, eles costumam mentir que são turistas conhecendo e visitando a região.

POUCO CASO

Como o IBAMA e a SEMA fazem de conta que fiscalizam, o contrabando e o abate ocorrem sem perturbação.

EXÉRCITO

O problema só não é mais grave porque militares do Pelotão de Fronteira, sediado junto ao Forte Príncipe da Beira, na região de Costa Marques, fiscalizam com frequência as águas internacionais do Guaporé.

EXERCITO 2

O Pelotão tem 70 homens, atua na segurança da soberania nacional, auxilia ribeirinhos em emergências sociais e de saúde e ainda tem que cobrir a negligência dos governos federal e estadual.

REALIDADE

Nesse momento não há mais nada a fazer para salvar as tartarugas na desova e eclosão deste ano.

REALIDADE 2

De um milhão e 400 mil filhotes de quelônios que costumam nascer todos os anos, os ambientalistas garantem que se apenas 10% desse total sobreviverem, já será considerado um ganho histórico para a Amazônia, em Rondônia.

FRASE

O silêncio das praias é o grito mais alto da natureza: se não cuidarmos dela, não haverá futuro para ninguém.

AUTOR: CÍCERO MOURA





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